segunda-feira, 15 de março de 2010

Até onde irias em troca de nada

Ele estava sentado na rua da casa dele, como se tivesse um pouco mais fresco do que os dias daquela cidade que se ouvia dizer ser o inferno na terra, não tinha uma piscina, não tinha ar condicionado, não tinha disposição... na falta de ter, resolveu ser alguma coisa. Assim, se tornou mortal.


Ele achou que seria uma experiencia interessante, mas por não ter sido planejado, a ignorancia sugeriu um questionamento, do tipo "o que fazer agora?" bem... ele realmente não tinha pensado nisso, então saiu as ruas a procura de algo além da monotonia, de longe havia sido visto por alguem que o ja conhecia porém não o reconhecia, achou que era uma piada, não o levou a serio, e até achou melhor deixar para um proximo incontro ocasional, ele se sentiu constrangido não entendia o motivo que o levara a ser envergonhado por ser mortal.

Esperou o transporte público que já ouvira falar em seu dominio, era bem peculiar alguem comentar sobre isso por lá, mas achou que se era pra ser mortal, deveria aproveitar algo que nunca teve, a questão do limite, desceu aonde era dito ser a maior concentração de conhecimento das redondesas.... um lugar chamado Jardim dos pensadores. Lá sentiu um enorme interesse em conhecer alguem, qualquer um, somente para observar e nada que violasse esse limite.

Viu um jovem garoto sentado a margem de uma piscina aonde o céu não deixava sombra, nem a pedir nem a desejar, tudo que era possivel naquele momento era observar e assim o fez. Por horas, começou a se dar conta doque valia o tempo tratando da mortalidade, e assim não se deixou desperdiça-lo mais observando algo que não o possibilitaria tirar conclusões que mudassem de modo esclarecedor sua propria vida. Assim antes de sair para seu rumo novamente, somente questionou o garoto sobre o que pensaras tanto, o garoto o respondeu com enorme clareza, "sobre nada". Sentiu que o garoto estava sendo sincero então deu as costas e partiu, pensando naquilo que julgava ser um suicidio. Já havia passado caminhos tão longos ao chegar em um bosque, lá viu um outro garoto em cima de uma arvore fumando um cachimbo, este cachimbo exilava um aroma tão doce que qualquer passaro pararia de voar só para respira-lo. Lá de cima o garoto com dois chifres chamou- o a atenção, perguntando o que fazias tão longe de casa, ele respondeu que estava caminhando e pensando, curioso o garoto metade menino metade bode se intrometeu querendo saber no que pensavas, nem se exitou e falou "no nada", reflexivamente retrucou "como assim no nada?!", sem muita demora em um tom mais fraco "é, tambem gostaria de saber porque". Assim, abandou o pequeno que indignado com a falta de sensatez do viajante subiu ainda mais alto na arvore onde voltava a fumar mas dessa vez sem intenção de ser incomodado, nem mesmo pela sua curiosidade. Passou-se o tempo o viajante acabou chegando em um lugar que lembrava muito a sua casa, era cheia dos mais velhos livros, assim dizendo em um tempo mortal, a circulação de pessoas era absurda, ele sentou ali no meio, fechou os olhos e viu uma fita de setim azul- clara que em sua ponta tinha um nó atado que ele a guiava por todo o prédio, ela passava de mente em mente, ela estava ali simbolizando a dinamica das ideias, ali o conhecimento era consumido como nitroglicerina era algo estupendo para os olhos de qualquer admirador, e as ideias são seres que indiscutivelmente são alimentadas por conhecimentos, não demorou muito para ele ter uma, escreveu em sua mão varias perguntas sobre o nada, e as leu em voz alta, gritando em sua mente, quando se deu conta fita vinha em sua direção, porém ela parou frente sua mente e ali se manteve por alguns minutos talvez, o nó se desatou e dele saiu uma pequena garotinha com uma roupa ainda menor, tanto ousada para alguem daquele tamanho, ela saiu do nó com uma cara de quem estaria fazendo aquilo sem muito prazer, toda forma não demorou muito para começar a questionar com um ar de autoridade sobre a julgada prepotencia do autor da ideia de querer criar ideia de algo a qual não teria sentido se pensar uma vez que não fosse algo a se pensar, de certa maneira. Não demorou muito para ela perguntar com que intenção ele pretendia buscar esclarecimento daquilo, e ele responder "por nada, obrigado", muito envergonhado começou a caminhar de volta todo o caminho, estava preparado para voltar para casa, viu o quão não prazeroso poderia ser limitado. Ao fim do trajeto viu o primeiro menino, e a ele recorreu seu esclarecimento, o garoto olhou para o céu, e disse "observe. O Nada é incompleto, o incompleto é o nada, uma vez que o complemento o faz deixar de existir" Muito confuso pediu pacientemente que justificasse melhor sua conclusão, uma vez que, já havendo uma conclusao tornou tudo mais interessante, o menino se recusou a responder dizendo que "como a duvida do viajante era completa, não era nada, e para que ele intendesse era necesasrio que a duvida dele fosse nada, assim quando não tivesses mais duvida saberia o que é o nada".


Porém há um questionamento; "Até onde irias em troca de Nada?"

:) texto feito por mim, Octávio Anju

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