
No dia que eu te conheci eu não esperava muito de você. Os dias que passavam aqui nesta cidade sempre foram calmos, foram quase monotonos.
Em uma das férias, a gente foi dar um rolé aqui por perto, pertinho mesmo, no Mato Grosso do Sul, foi questão de abrir as malas, e sair o comentario, vou no mercado comprar algo pra comer, passaram algumas horas, as poucas e suficientes pra eu até esquecer que você tinha ido viajar comigo, sempre estavamos muito calmos. Você voltou com cerveja, alguns maços de cigarro, alguns preservativos, bebemos, bebemos, trocamos ideias, e você insistiu com a ideia que teriamos que acordar cedo no dia seguinte... E foi o que fizemos,

Passaram algumas horas e você saiu com essa mesma calsa, este mesmo sutiã, e esta mesma ferida aberta, naquele momento eu não aceitava muito bem o que você queria dizer com a resposta que me deu comentei 'cara, isso deve ter doido pra caralho' ...
Já esta semana, você fez esse trampo no teu braço. 10 furos, 5 surfacings bem varados... Desta vez eu não havia comentado nada com você sobre dor, e isto te deixou meio curiosa, eu já tinha deixado de sentir aquele apego ao corpo que eu sentia 6 meses atrás, comecei a entender que eu deveria entregar meu corpo como você, para algo que nos fosse importante, porque é complicado entregar o corpo para pessoas, já que essas podem usa-lo modo que você não goste, foi importante pra mim ver você com aquelas fitinhas no braço sabendo que tiraria uma semana depois talvez, apesar de ter gasto dinheiro, e ter danificado tanto seu corpo, você fez aquilo com um unico interesse, fazer um trabalho artistico.

As pessoas introvertidas são mais interessantes, devido ao universo das possibilidades que habtam sua mente, porém se estas todas fossem extrovertidas, o mundo seria mais divertido e mais perigoso.
És como a arte, no corpo de moça
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