quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Nossa paixonite é contagiante


No dia que eu te conheci eu não esperava muito de você. Os dias que passavam aqui nesta cidade sempre foram calmos, foram quase monotonos.

Em uma das férias, a gente foi dar um rolé aqui por perto, pertinho mesmo, no Mato Grosso do Sul, foi questão de abrir as malas, e sair o comentario, vou no mercado comprar algo pra comer, passaram algumas horas, as poucas e suficientes pra eu até esquecer que você tinha ido viajar comigo, sempre estavamos muito calmos. Você voltou com cerveja, alguns maços de cigarro, alguns preservativos, bebemos, bebemos, trocamos ideias, e você insistiu com a ideia que teriamos que acordar cedo no dia seguinte... E foi o que fizemos, acordamos cedinho, tomamos um whisk no barzinho ali perto, e fomos bater perna. Você me surpreendeu de um tanto quando a gente foi parar em um studio de body piercing e quando chegamos você comprimentou os artistas de lá e já foi entrado na salinha...

Passaram algumas horas e você saiu com essa mesma calsa, este mesmo sutiã, e esta mesma ferida aberta, naquele momento eu não aceitava muito bem o que você queria dizer com a resposta que me deu comentei 'cara, isso deve ter doido pra caralho' ...

Já esta semana, você fez esse trampo no teu braço. 10 furos, 5 surfacings bem varados... Desta vez eu não havia comentado nada com você sobre dor, e isto te deixou meio curiosa, eu já tinha deixado de sentir aquele apego ao corpo que eu sentia 6 meses atrás, comecei a entender que eu deveria entregar meu corpo como você, para algo que nos fosse importante, porque é complicado entregar o corpo para pessoas, já que essas podem usa-lo modo que você não goste, foi importante pra mim ver você com aquelas fitinhas no braço sabendo que tiraria uma semana depois talvez, apesar de ter gasto dinheiro, e ter danificado tanto seu corpo, você fez aquilo com um unico interesse, fazer um trabalho artistico.
Para nós, plano do divertido não se limitou a vergonha, não se limitou ao limite fisico, e muito se limitou as outras pessoas, pode até ser egoismo de certa forma mas sempre amamos nós mesmos mais que os outros, e isso é uma qualidade muito forte que cada ser vivo tende a adquirir com o tempo... O sangue nunca foi algo nojento, nunca foi algo belo, nunca foi algo romantico, sempre foi alcool com globulos e plaquetas, nunca tivemos receio de perder alguns litros nunca tivemos receio de usar o corpo como um artificio artistico, e muito menos como uma fronteira para nossa diversão. Aqueles que brincam de fazer arte são aqueles que no fundo da inoscencia, ama aquilo mais que tudo, sejam estes aqueles que se jogaram no plano das possibilidades, extraem um olhar artistico de tudo, como aqueles que levam como hobbie, e usam da sua guitarra como um brinquedo que quando está estressado, triste, ou desocupado pode sempre contar sentar no chão, e tocar como se fosse o seu momento privado; privado de reclamações, privado de opniões, privados de qualquer existencia.

As pessoas introvertidas são mais interessantes, devido ao universo das possibilidades que habtam sua mente, porém se estas todas fossem extrovertidas, o mundo seria mais divertido e mais perigoso.

És como a arte, no corpo de moça

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